Munch foi um dos principais representantes do expressionismo pictórico alemão. Com seu primeiro retrato, A Criança Doente (1885-1886), colocou-se na fronteira da inteligibilidade artística vigente até aquele momento. Seu estilo pictórico, profundamente expressivo, abandonava o naturalismo reinante. A primeira grande exposição que realizou, em Berlim, no ano de 1893, provocou grande escândalo e foi fechada. Esse foi o pretexto para a criação da chamada Secessão berlinense, na qual expôs, em 1902, os 22 retratos de seu friso vital. O ciclo, que foi composto entre 1892 e 1902, representa o ponto culminante da obra de Munch. Os motivos giram em torno da vida e da morte, do amor, do medo, do ciúme e do desespero. O artista representou, nesses quadros, as próprias experiências traumáticas ("Não pinto o que vejo, mas o que vi; a arte é uma cristalização"). A obra mais conhecida deste ciclo, O Grito (1893), foi unanimemente interpretada como a personificação do pânico pela vida e pela solidão do homem moderno. Sua obra gráfica, iniciada em 1894, compõe-se de gravações feitas em madeira, águas-fortes e litografias, reflectindo o relacionamento de Munch com os objectos de sua realidade. A mudança de século significou para o pintor a consagração como retratista de prestígio. Suas obras converteram-se na expressão directa do mais profundo de seu ser (As Raparigas sobre a Ponte, 1905). Nas últimas décadas de sua vida, Munch concentrou-se na realização de auto-retratos. Em 1937, 82 de suas obras foram confiscadas na Alemanha nazista, sendo consideradas exemplos de arte degenerada.
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